quarta-feira, 8 de outubro de 2014

notas sobre ontem, manhã do dia 29 (enquanto as crianças choravam)

Estou sentada no topo de um prédio. No topo! Atrás de mim o céu está azul e lá embaixo aparenta muita calma. Os velhos foram assistir a cremação, a criança diz que ver cremação é "ver gente assar". Um punhado de ovo e farinha preenche a boca, enquanto o alumínio sai puxado entre os dentes. Câmara de eco entre a linha do ser e do ser outro que se rompeu, silêncio! Your daddy's rich. And your ma is so good-looking. Baby, deixa disso!
 
Ibitipoca, Lima Duarte, MG
Foto: Catariza Souza e Silva

 

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